Eu até entendo que muita gente não goste de beterraba. Tem mesmo um sabor peculiar, a fazer lembrar a terra, sobretudo crua. Eu gosto. Quer dizer, não é que lamba os beiços depois de beber um copo de sumo de beterraba pela manhã. Também não é caso para tanto. Mas bebo-o bem, sem cara feia nenhuma. E adoro-a em saladas (crua) e sopas. Agora, quem queira iniciar-se neste maravilhoso mundo cor-de-rosa, se calhar é melhor começar por um prato deste género, com base de beterraba assada. Cozinhada assim, a beterraba fica com um sabor mais suave e com os temperos certos, o sabor a terra deixa de ser defeito e passa mesmo a ser um feitio que se aprende a gostar. E depois, tem esta cor LINDA, capaz de convencer até meninas esquisitinhas para comer, como a minha sobrinha. No ano passado passou umas férias cá em casa e adorou esta comida de princesas! De que outra cor havia de ser a comida das princesas?
Claro que podem continuar a não gostar de beterraba mas eu, por muita experiência própria, sem o quanto o paladar muda e pode ser educado, em qualquer idade. E se há coisas que de que vale a pena gostar, esta é mesmo uma delas:
- São ricas em ácido fólico, magnésio, potássio e vitamina C;
- Ajudam a desintoxicar o organismo;
- Combatem anemias;
- Fortalece o sistema imunitário;
- Ajuda a estimular a função das células do fígado e protege o fígado e as vias biliares;
- É rica em fibra, regulando os intestinos;
- Tem propriedades anti-cancerígenas.
Como aqui em casa nada se desperdiça e tenho a sorte de conseguir as beterrabas com talos e folhas viçosas, ricas em beta-caroteno, ácido fólico, clorofila, potássio, vitamina C e ferro, deixo-vos também uma sugestão para as aproveitar. Já que liguei o forno, aproveitei para as assar, mas também são boas salteadas, por exemplo, como se fossem espinafres.
O único senão da beterraba (ou a sua piada) é mesmo que pinta tudo por onde passa, principalmente as mãos. Se não quiserem ficar com as mãos pintadas (até porque não sai com um simples lavadela), é melhor usarem uma luva para lhes pegar enquanto as descascam. Nos utensílios e na loiça, sai facilmente. Na roupa não sem bem, mas não me estou a lembrar de nenhuma nódoa, por isso também deve sair…
Conheci esta receita de pesto no blog Amigo Não Empata Amigo e já fiz inúmeras vezes, com mais ou menos variações. (Fátima, se me estiveres a ler, volta lá a pegar no blog!).
Como tudo nesta casa, se sobra congela-se. E aguenta-se muito bem.
Para assar as beterrabas, o melhor é fazer um embrulho com papel de alumínio ou assa-las numa assadeira pequena, tapada com esse papel.
- 3 beterrabas médias
- 3 dentes de alho
- 1 fio de azeite
- 1 pitada de sal
- 1/2 mão cheia de salvia
- 1 c. de sopa de sumo de limão
- Água q.b. (se servir com massa, aproveite a água de a cozer)
- Sementes de sésamo pretas e cebolinho picado para servir
- Descasque e corte as beterrabas e corte-as em pedaços grandes.
- Coloque-as numa pequena assadeira ou numa folha de papel de alumínio.
- Tempere com o sal, regue com o azeite e junte os alhos descascados e as folhas de sálvia.
- Tape e leve ao forno a 180º, cerca de meia hora.
- Se for para acompanhar massa (que geralmente é o meu caso) aproveite este tempo para a cozer.
- No final, coloque o assado e os sucos que se formaram juntamente com o sumo de limão, num processador ou liquidificador e triture até ficar tudo bem desfeito.
- Junte um pouco de água e triture novamente até fazer um creme espesso.
- Envolva na massa escorrida e sirva salpicado de cebolinho picado e sementes de sésamo pretas.
FOLHAS E TALOS DE BETERRABA ASSADOS
- Folhas e talos de beterraba
- 1 fio de azeite
- 1 dente de alho
- 1 pitada de sal
- Corte os talos e as folhas grosseiramente
- Coloque-os numa folha de alumínio e regue com o fio de azeite
- Esmague o dente de alho com uma faca (não precisa de descascar) e coloque-o também no alumínio.
- Tempere com uma pitada de sal.
- Feche o papel de alumínio formando um embrulho e leve-o ao forno num tabuleiro ou numa assadeira, para não pingar.
- Deixe assar cerca de 20 minutos.
Adoro beterraba, desde de miúda que como e nunca fiz cara feia 🙂
Pesto parece-me mais que bem, tenho mesmo mesmo de experimentar.
Um beijinho
Teresa | A Cozinha da Ovelha Negra
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